Nós somos diferentes. Não somos como os outros casais que ficam se mimando o tempo inteiro, nem dizendo um “eu te amo” a cada minuto. Nós brigamos, discutimos, e quando isso acontece, o nosso orgulho não deixa pedir perdão para o outro. Nem sempre quando andamos na rua seguramos a mão um do outro, mas nem por isso as pessoas não percebem o nosso sentimento e sintonia. Ele me provoca, eu fico emburrada. Ele me provoca mais um pouco, eu fico com raiva. Ele fica com raiva, se afasta, não quer papo, acabou. Eu chego perto, sorrindo, olhando com carinho e ele se entrega. Não nos elogiamos quase nunca, e muito raramente falamos sobre nós dois para qualquer outra pessoa. Quando estamos juntos, brigamos. E quando longe, também. Não sabemos de tudo que acontece um com o outro no decorrer do dia, porque vez ou outra esquecemos ou mesmo não temos tempo para dividir toda e qualquer situação. Mas nos sabemos um do outro, sempre. Ele me olha e me chama de “linda” ou de “meu amor”. Eu o falo pra dormir dando “boa noite” e dizendo que o amo, mesmo que por pensamento. Ele me diz “eu te amo” quando eu menos espero. E, por esse motivo, sempre me surpreende. Eu digo “eu te amo” quando bato nele por ciúmes ou por qualquer outra besteira. Quando dou risada do comentário sem graça que ele fez só para não deixá-lo envergonhado. Ele me abraça, me aperta, e diz que me quer sempre ao seu lado. E eu respondo correspondendo ao abraço apertado. E eu sei que ele entende como um “eu também”. Eu sei porque nós somos assim. Sempre fomos. E sempre seremos. eu choro pelo telefone , e não sinto vergonha um por isso ou por qualquer outra coisa. Nos respeitamos, nos conhecemos, nos queremos, nos amamos e, acima de tudo, nos pertencemos. Sabemos que seremos sempre assim, independente da distância, do tempo ou qualquer outra coisa. Nós acreditamos na gente. Confiamos um no outro como nenhuma outra pessoa. E temos certeza do sentimento bonito que dividimos e da vida inteirinha, só nossa, que nos espera.